Entramos hoje nas 30 semanas e aqui a mãe começa a tomar consciência que o tempo passa e se calhar é boa ideia começar a preparar a chegada da piolha. A casa começa (devagarinho) a adaptar-se à chegada de mais um elemento, mas ainda falta organizar muita coisa. Com calma que a barriga agora não deixa andar em grandes aventuras. A Camila começa, cada vez mais, a fazer parte das nossas vidas e a curiosidade e nervoso miudinho começam também a chegar.
Ser mãe é também um constante estado de ansiedade de culpa(s). Esta mãe ontem sentiu-se culpada porque se esqueceu da fadinha do dente e teve de inventar/improvisar uma prenda com o que tinha em casa, quebrando a tradição da colecção de livros que vinha mantendo até agora. Hoje esta mãe sente-se culpada porque as noites com insónias, mais a casa de pernas p'ro ar por causa das obras, aliada à pressa ditada pelo dia mais stressante no trabalho fazem com que a manhã comece com momentos de ira e discussão com a criatura pequena da casa que, por muitos beijinhos e sorrisos que nos dê ao chegar à escola, com a certeza que está bem e já passou, me deixam com o coração apertadinho até à hora de a ir buscar. Depois também há o sentimento de culpa com a bebé embutida. Seja porque me esqueço de fotografar a barriga ou de falar com ela (mas também passa o dia a ouvir-me, será que me quer mesmo a cantar ou dizer baboseiras?). Enfim, hoje deu-me para isto.
Quando há uns anos tivemos a ideia maluca "vamos ter um bebé", estávamos longe de imaginar na aventura que nos íamos meter. E a nossa vida nunca mais foi a mesma. Com a gravidez nascemos como projectos de uma mãe e um pai, que renasceram no dia em que a nossa princesa grande se fez luz. Os 3, juntos, temos vindo a aprender o que é isto de construir uma família. Nem sempre é fácil, nem tudo são rosas, mas são os pequenos obstáculos do dia-a-dia que nos fazem crescer e nos dão a certeza que a vida só faz sentido uns com os outros. E este ano todo este caminho ganha uma nova dimensão, com a princesa mais pequena a caminho. Será uma nova etapa, agora a 4, em que vamos (re)aprender a ser e estar enquanto família, nós enquanto pai e mãe a dobrar e a nossa filha enquanto irmã. Neste Dia do Pai, deixo uma palavra ao homem que escolhi para pai das minhas filhas, aquele que está lá pronto para as pequenas brincadeiras e grandes aventuras, para celebrar as vitórias, para limpar a lágrima e dar colo quando é preciso, para ralhar e educar sempre que isso se impõe, para dar o beijinho de boa noite ou só para estar. Porque sim. E porque somos família.
E por ser Dia do Pai e porque sem eles nós também não éramos família, não podia deixar de mandar um beijinho especial também para os nossos pais, agora avôs, que são pais a dobrar.
Ao sábado de manhã, enquanto a miúda está nas aulas de piano, venho a um café onde se reúnr um grupo de, vá, seniores que passam o tempo a comentar a actualidade. Desporto - ou melhor, o futebol - costuma ser o tema dominante, mas esta semana, como não podia deixar de ser, a novela do nosso primeiro com a segurança social foi o assunto central. Mas depois de comparações com os seus próprios casos, já fiquei a par de tendências de coligação para as eleições legislativas, candidatos presidenciáveis e até desabafos sobre a falta de saneamento e buracos nas estradas aqui na freguesia e concelhos deles (que não é o meu). É assim um misto de caderno de desporto, economia e política, com opinião e análise da actualidade ao vivo.