dir=ltr>E nas 38 semanas estamos, literalmente, à espera que algo aconteça. Não lido bem com esta incerteza porque a experiência anterior não foi assim, mas acho que é normal este sentimento entre a ansiedade por conhecer a minha bebé e a vontade de a ter só para mim só mais um bocadinho ♡
Há dias especiais e pessoas que os tornam ainda melhores. Ontem, as minhas pessoas uniram-se para me fazer um "Chá de Bebé" surpresa. Até a minha miúda crescida sabia da surpresa e não se descoseu.
Além de agradecer a todas que fizeram parte deste momento especial e contribuiram para a surpresa (mesmo aquelas que não puderam marcar presença) e também aos respectivos maridos que aproveitaram para fazer um jantar entre eles, tenho de deixar uma palavra especial à nossa C. por todo o trabalho, da ideia à execução, e ainda por ter tido a casa "invadida" por cor-de-rosa.
Claro que até a bolo de fraldas tive direito.
Foi mesmo a melhor forma de terminar um fim-de-semana que incluiu ainda a conclusão das obras cá por casa e montagem dos últimos móveis, entre os quais a cama de grades que já lá tem a alcofa à espera da nossa bebé.
Obrigado às minhas pessoas por me fazerem sentir especial.
Sendo eu filha única, enche-me o coração pensar que vou descobrir este mistério da relação entre irmãos através das minhas filhas. Ao longo da gravidez, a Carlota foi assumindo uma posição muito maternal em relação à irmã. Ela não diz que vai brincar com a bebé, mas sim que vai ajudar a tomar conta. Mais recentemente, começa a projectar também o futuro. Diz que quando a Camila crescer vão ser amigas e que lhe vai ensinar muita coisa: "a falar", "a brincar" e "a andar".
Já sei que tudo isto será mais complexo, mas anseio por acompanhá-las em cada etapa e, mais ainda, desejo, do fundo do coração, que no futuro nós enquanto pais possamos olhar para trás e ver que conseguimos e que elas terão entre si uma ligação que ficará cá, mesmo depois de nós.
Adoro estar grávida. Se calhar também ajuda ter tido duas gestações tranquilas e sem grandes sobressaltos. E por gostar tanto desta fase, apesar de todos os incómodos que implica, na recta final da gravidez instala-se aquele sentimento ambíguo, entre o desejar ter o meu corpo de volta (o que for possível), de conseguir dormir em qualquer posição que possa (apesar de passar a ter um recém-nascido em casa e outra criança mais cresida), a ansiedade de conhecer a minha bebé e, ao mesmo tempo, o querer prolongar esta barriga e este estado de graça que não sei se voltarei a repetir.
Agora, mesmo com o cansaço e as dores que me vão fazendo companhia, começo a pensar muito mais na minha bebé, em como será, com quem será mais parecida e a tentar imaginar comparações com a irmã, procurando também antecipar a relação entre as duas. Mas mais do que estes momentos mais imediatos de recém-nascido e a curiosidade sobre esse milagre da multiplicação do amor, o que mais me tem ocupado a mente é o depois. Quando a vida retomar o rumo e as novidades de família com um recém-nascido passarem a ser as rotinas de uma família agora de quatro com um bebé e uma menina a iniciar a escola primária. Todas as dúvidas de recém-mamã ganham nova dimensão num segundo filho.
Com as minha visitas regulares ao Centro de Saúde (entre consultas e curso de preparação para o parto - que aliás recomendo mesmo à segunda gravidez...), é inevitável o contacto com os arrumadores que por ali "exercem a sua actividade". Mas no outro dia aconteceu o episódio mais caricato. Estacionei, sem avistar qualquer arrumador e, quando me dirigia para o Centro de Saúde, lá passa o senhor do costume, de café na mão, cumprimenta-me e diz: "Desculpe não ter dado uma ajuda, mas estava na pausa para o café". Está certo, aliás, eu defendo que a pausa para café deve ser obrigatória em TODAS as profissões. Ou ocupações, vá.
Estamos nas 37 semanas e oficialmente esta gravidez já leva mais tempo que a anterior, dado que a nossa mais velha (já disse que acho piada a falar assim da minha filha?) nasceu no dia em que entrámos nesta semana. Estando este blog parado há demasiado tempo, achei que era uma boa altura para escrever à minha embutida, à nossa Camila. Temos tudo pronto (acho eu), falta apenas montar o berço, mas aqui a mami gosta de deixar esse pormenor mesmo para fim - manias - e os dias da mãe vão girando entre a mana mais velha e a preparação da tua chegada, com consultas, visitas ao hospital e centro de saúde e afins. Sabes Camila, quando a tua irmã nasceu havia na família uma sensação de euforia com a sua chegada. Foi a primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha e tudo o mais. Era todo um novo mundo. Mas agora tu tens ainda mais sorte sabias? Além de toda esta gente - a nossa aldeia como a a nossa amiga AL tão bem lhe chama - tens também a tua irmã que por estes dias já anda ansiosa, depois que eu lhe disse que já faltava pouco para te recebermos.
Sabes a música que ouves à noite antes da mãe tentar dormir? Pois, é a mana que te põe, com as mesmas mãozinhas que te fazem acalmar em momentos em que quase deixas a barriga da mãe num vale de montanhas movediças. A partir de agora estamos numa fase em que podes nascer quando quiseres, mas a mamã não se importa que queiras estar no quentinho a crescer mais um bocadinho. Do lado de fora vamos gerindo as emoções na ansiedade da tua espera.