Depois de ter andado dois dias a pensar no que me fui meter, em duas noites depois do jantar, eu a C. conseguimos concluir, com êxito a missão.
E atendendo a que estamos a um passo das férias da Páscoa, este foi o mote: coelhos e ovos. Embora nunca tenha entendido bem esta ligação, parece que provei que sim, afinal os coelhos podem nascer de ovos :)
E como este é um projecto bem giro e económico, que ainda vão a tempo de fazer para a Páscoa ;). Todo o material, que comprei na Tiger, excepto a cola que tinha em casa, custou-me 8 euros e deu para fazer 30 coelhinhos!
Deixo uma espécie de tutorial para o projecto que baptizei como Coelhinhos dos Ovos.
A base dos coelho são os ovos de plástico, que como mostro na foto já têm furinhos tanto em cima como em baixo, facilitando a passagem dos pipe cleaners que formam as orelhas e os pés. Basicamente, para as orelhas é passar o pipe cleaner pelos furos deixando metade para cada lado e dobrar formando as orelhas e enrolando para fixar. O processo para os pés é o mesmo, mas usando apenas metade do pipe cleaner.
O rabinho fiz colando um pompom com cola quente.
As caras foram desenhadas (pela C., eu apenas fiz a primeira para servir de molde) com marcador de tinta permanente.
E está pronto.
Fizemos 30 que era a quantidade de ovos de plástico que comprei. Ainda sobraram muitos pipe cleaners de várias cores e alguns pompons.
Depois podem "rechear" o ovo com o que quiserem, nós colocámos dois bombons em cada (Páscoa é chocolate certo?).
Os nossos coelhinhos viajaram até à escola numa cesta de verga (das muitas que habitam cá por casa).
Ora, não sei se se lembram a esta altura, mas estes coelhinhos foram feitos para oferecer aos coleguinhas de turma no âmbito da Semana da Leitura, em que fui à escola ler um livro à turma da C.
E qual foi o livro que ela escolheu?
«Cantigas e Cantigos para Formigas e Formigos», do José Fanha.
Já o temos há alguns anos, comprei-o andava ela na pré, e continua a ser um dos preferidos dela, e muitos dos versos já ajudaram a adormecer as duas miúdas cá de casa.
É um livro divertido, com alguns versos "marotos" e lengalengas que nos provam que conseguimos fazer música só com a nossa voz e as palavras certas.
E fez os coleguinhas da C. rir em vários momentos.
Lembra-me o Facebook, que há um ano eu escrevi-a isto:
Faz hoje 10 meses que o nosso mundo ficou ainda mais rosa.
Dez meses. Já são precisos todos os dedos das duas mãos para contar os meses em que vieste completar a nossa vida.
E do início da tarde de há dez meses, depois de toda a emoção de uma noite em trabalho de parto (santo, diga-se, passado a dormitar) e do teu nascimento, o que mais recordo é a ansiedade de receber a tua irmã, a partir daí "mais velha", e ver como vocês se recebiam mutuamente. O momento mais feliz da nossa vida. O vosso encontro.
E é um privilégio acompanhar e viver o vosso crescimento em comum. Irmãs.
E continua a ser tão isto.
*As flores cor de rosa na foto são as flores que a avó M. ofereceu a cada uma das netas em cada um dos seus aniversários pequeninos, ou seja, a cada mês até chegarem ao primeiro ano, altura em que passa para as rosas: uma por cada ano. Tradição que começou em mim e multiplica rosas já às três dezenas no meu aniversário ♥
Sou perita em "me meter" em situações das quais não sei bem como vou sair, mas lá acabo por encontrar uma solução (as prendas handmade são disso exemplo)*.
Esta é a Semana da Leitura na escola da C., pelo que, na quinta-feira, vou à sala de aula ler uma história à turma dela. Hoje, quando a fui buscar disse-me o seguinte:
"Sabes, as mães que foram hoje ler uma história trouxeram prendas para nós."
Oi? Como é que é? Então não basta ir lá ler uma história?! Também tenho de levar uma prenda???
Ora entre os exemplos das 3 (!) mães que foram hoje à escola, houve doces e lembrancinhas feitas pelas duplas mãe-filha.
Esta mãe que vos escreve é um pouco avessa a dar lembranças carregadas de doces, pelo que me pus logo a tentar lembrar de algo a dar. Uma volta à loja-do-demo, aka Tiger (que agora também existe aqui ao pé da porta), lá vim com uma ideia. Vamos é ver se consigo ter tudo pronto a tempo...Deixo-vos uma amostra das aquisições...mais detalhes quando estiver tudo mais adiantado (ai céus!).
*pensando bem este poderia ser o primeiro de uma saga a inaugurar aqui no blog...
Ontem voltei à minha infância. Voltei a ser uma menina que sonha com castelos e magia, embora prefira sempre o príncipe na sua versão de monstro suave. Sim, onde C. e eu fomos ver a nova versão da Bela e o Monstro.
A expectativa era muito - tanto minha como dela - mas o meu entusiasmo deveria ser ainda maior, não fosse A Bela e o Monstro o filme - a par com a Bela Adormecida - aquele que mais vezes vi na sua versão VHS (!) que ainda vive em casa dos meus pais.
Li muito sobre o filme, alguns reviews de anónimos, uns a gostar muito, outros nem por isso. Mas devo dizer que o filme cumpre o que promete. Revisita a história, actualiza-a ligeiramente, mas mantém o essencial de um conto de fadas. A Bela é a "miúda estranha" da aldeia cujos habitantes que não conseguem perceber o porquê de uma rapariga gostar de ler e até a atacam quando tenta ensinar outra menina a fazer o mesmo, numa época em que apenas os rapazes vão à escola! Uma situação que fez a minha filha pensar, questionando-se o porquê de a tratarem desta forma. O Princípe vive no seu castelo sob o feitiço que lhe fora lançado, vendo as pétalas da rosa a cair, enquanto todos os habitantes, dia após dia, vão perdendo as suas características humanas. Todos vivendo no esquecimento do resto do mundo. À parte de alguns pormenores de complemento às história, a narrativa segue o mesmo formato, o monstro captura o pai, a Bela troca de lugar como prisioneira e os empregados encantados do castelo tudo fazem para aproximar os dois, até que o amor vence, a aldeia e o ódio voltou a pôr-se no caminho, mas o amor é forte e tudo vence.
Para mim foi voltar à infância, mas agora com a maturidade para perceber porque a Bela é diferente. Para perceber que o princípe até tem mais encanto enquanto monstro. Para me amocionar quando se conhece a história da mãe da Bela. E para perceber os pequenos apontamentos de humor, como no final em que a Bela sugere ao príncipe que deixe crescer a barba (acho que também ela gostava mais do monstro peludo que o príncipe loiro e sem sinal de penugem...).
A Disney continua a fazer-me sonhar. Com um mundo em que o amor é suficiente para tudo superar. Em que a bruxa vê que todos merecemos uma segunda oportunidade. E onde os maus têm o seu castigo.
Diz-se que estão em carteira a adaptação de outros filmes de animação, mas creio que - para mim - nenhum outro terá a magia da Bela e o Monstro.
Creio que foi a 11 de Setembro de 2001 que tivemos o primeiro embate com a realidade e percebemos que o mundo que conhecíamos mudou.
Além do horror e sofrimento, o terrorismo trouxe até junto da nossa bolha de conforto - que infelizmente não se vive noutras zonas do globo - a incerteza de não sabermos quando alguém que está a nosso lado, seja um vizinho, um conhecido ou simplesmente alguém anónimo que se cruza connosco na rua na azáfama do dia-a-dia, vai desatar a cometer crueldades sem nexo.
Mas paralelamente ao terrorismo, vivemos outra realidade que me assusta ainda mais: a falta de valorização da vida humana.
Sempre houve crime e creio que enquanto houver homens haverá crime.
Mas a vida, que devia ser o valor mais sagrado, parece valer pouco e, a cada dia, somos atropelados com notícias de crimes violentos, mesmo ao lado da nossa porta. E sem sentido, porque explicação creio que nenhum crime tem.
De repente, numa pacata freguesia de um qualquer lugar, um homem toma a decisão de tirar a vida a outros. Assim, aparentemente como quem decide onde vai tomar o café da tarde. Crimes que nos irriçam a pele, como pais que, seja por que razão for, decidem acabar com a vida dos filhos. Vizinhos que se desentem por terrenos ou famílias que brigam por heranças. A lista podia continuar...
Muito para lá da incerteza no futuro, assusta-me mais o tipo de mundo vamos nós deixar às próximas gerações.