Ora, no meu melhor esforço para manter o senhor presidente do Eurogrupo actualizado e informado, devo informar que não, eu não gasto o meu dinheiro em copos e mulheres. Ora copos para mim é mais de café e tento limitar a um café diário fora de casa. Ao pequeno-almoço prefiro usar a cafeteira velhinha e até já uso máquina de pastilhas do PD para ser mais económico. Já quanto às mulheres, tendo em conta que lá em casa somos 4, num rácio de 3 para 1, tenho de admitir que entre mim e as duas miúdas sim, vai boa parte do orçamento familiar. Pronto admito.
Bom dia!
* podem ler mais sobre a fantástica entrevista aqui.
...em que mal pões o pé fora do carro e, consequentemente, enfrentas a luz solar pela primeira vez na manhã e percebes que afinal as calças têm uma bela de uma mancha.
Hoje falo-vos sobre o dilema das prendas para as festas de aniversário.
Há coisa de um mês, a C. teve a festa de aniversário de uma amiguinha de escola e eu lembrei-me que tinha uns tecidos giros lá por casa. Uma pesquisa pela Internet e veio-me à ideia de concretizar um objectivo já com algum tempo: fazer uma Messenger Bag.
Depois de ver alguns tutoriais, desenhei eu o modelo que iria seguir e da minha máquina nasceu este modelo:
Acho que ficou bem giro e é uma prenda simpática para meninas de 8 anos.
Este fim-de-semana há nova festa de aniversário e acho que vou repetir o modelo :)
Há por aí alguém que goste de costura? Gostavam que partilhasse o molde que usei? Queria experimentar novas vertentes aqui no blog, entendam isto como uma espécie de estudo de mercado :)
PS: tenho de partilhar foto da mala que criei, também de raiz, para mim...
Tenho. De facto tenho, mas a minha quarta-feira não mudou por ser Dia da Mulher.
A edição do jornal teve de ficar pronta. A miúda mais velha teve escola e actividades que implicam a mãe servir de motorista (apenas e só porque, felizmente, o seu trabalho é mais flexível que o do pai e facilita estas deslocações), com o corre-corre de vai buscar ao ATL, leva à actividade, volta a trabalhar, regressa a ir buscar e finalmente chega a casa, onde nos esperam os banhos, o jantar e a sopa para dar, tudo enquanto o pai ainda estava no trabalho e saiu para uma aula de Inglês.
Se podia ter sido um dia diferente? Podia, mas não me apetecia sobrecarregar outra mulher, a minha mãe neste caso (mas também podia ter sido a sogra), quis ser eu, porque já me bastam os dias em que o trabalho não deixa que seja eu a fazer estas rotinas com as minhas miúdas. E o pai, podem vocês perguntar...o pai, como disse, tem horários ainda piores que os meus, mas sim, também ele toma conta delas. E às vezes consegue fazê-lo até com a maior destreza de quem descomplica (que aqui a mãe confessa que não tem).
Lá em casa não igualdade na distribuição das tarefas. Não há, também porque, felizmente, não estão sobre mim todas as tarefas domésticas que temos a capacidade - e sorte - de delegar em outros. Mas há respeito por saber quando um e outro precisa de ajuda, ou quando o trabalho nos obriga a estar ausentes.
Tudo isto para dizer que me entristece ver que, muitas mulheres, só se lembram que o são neste dia instituído como nosso. Um dia que nasceu para assinalar uma luta que não poderá ainda ter fim. Ainda há muito por fazer. Em todo o mundo. Pena que, muitas mulheres, se esquecem nos restantes 364 dias em que a luta fica por fazer e demasiadas mulheres continuam a ser maltratadas e mortas pelos maridos. Continuam a ser discriminadas no trabalho, seja porque alguém acha que deve ganhar menos ou ter menos direitos porque precisa de mais tempo para tomar conta dos filhos. E pelo mundo continuam privadas de liberdade, atacadas por serem mulheres.
No Dia da Mulher vi imensos post por todo o lado sobre o dia, sobre os mitos que se criaram em torno do dia. Imagens com mensagens mais sérias ou divertidas. Mas houve uma imagem que me chamou mais a atenção. Esta:
Partilhada pela Adele no Instagram.
Esta imagem chamou-em a atenção porque é assim que me sinto muitas vezes. Em cima de um monociclo a fazer malabarismo com a vida, onde se incluem as minhas filhas, o trabalho, o tempo, o dinheiro e, porque não, o amor.
Ser mulher é isto. Mas ser homem também o é, embora com mais facilidades em certos campos, ou melhor, com menos escrutínio e expectativa.
Adele cita Charlotte Whitton: "Whatever women do they must do twice as well as men to be thought half as good. Luckily this is not difficult".
Embora concorde, também me irrita às vezes a imagem de que, nós mulheres, temos de ser super-heroínas. Não temos. É tão mulher uma mãe que opta por ficar em casa a tomar conta dos filhos, como uma empresária que opta por se focar na carreira e adiar a maternidade. Ou ainda aquela que tenta o malabarismo entre tudo isto.
É tão mulher aquela gordinha que sempre lutou com os números da balança como aquela que sempre foi magra sem nada fazer por isso. Ou aquela que gosta de pintar o cabelo e a que opta por assumir o seu cabelo prata. O mesmo poderia dizer sobre quem se maquilha ou quem gosta de ter a cara lavada.
Creio que temos todas as nossas angústias e as vivemos, cada uma à sua maneira.
O que interessa é que sejamos felizes e livres. Livres de podermos tomar as nossas decisões. Livres para gozarmos a licença de maternidade a que temos direito sem pressões ou podermos dizer em voz alta que preferimos não ter filhos. Livres para nos candidatarmos a um cargo político e o podermos fazer sem estranheza e escrutínio apertado. Livres para chegarmos ao topo de uma grande empresa. Tudo isto sem quotas e imposições superiormente estabelecidas, mas sim porque há na nossa sociedade uma verdadeira igualdade de oportunidades. É nesta realidade que eu gostaria que as minhas filhas crescessem.
Diferenças? Essas vão sempre existir, ou a natureza não teria criado o masculino e feminino. E eu gosto de ser diferente e gosto de ser mulher. Não tenho de ser igual aos homens. Tenho - apenas - de ter as mesmas oportunidades e direitos (sim, porque não podemos esquecer que há ainda no mundo muitas mulheres sem direitos).
*afinal parece que tinha todo um ensaio para escrever sobre o Dia da Mulher