9. NOVE. Assim, em maiúsculas para eu me habituar. Ontem dei por mim a olhar a parede das velas de aniversário na loja do demo de artigos para pastelaria e a perceber que tinha chegado ao fim da linha das velas em algarismos. Para o ano o bolo já terá de ter duas velas.
Há 9 anos a nossa vida mudou. Nasceu a Carlota e com ela nasceram um pai e uma mãe. Pela primeira vez.
Pode ser um cliché, mas a verdade é que o tempo nos atropela e de cada vez que olho para ti estás mais crescida. O meu primeiro bebé é já uma menina crescida e o meu coração ainda tem dificuldade em lidar com isso. Confesso.
É basicamente disto que vos venho falar. Da falta de tempo. Minha.
Setembro sempre foi para mim mês de inícios. De cheiro de livros novos, da excitação de saber horários, turmas e afins. Depois veio o trabalho e Setembro passou a ser de volta ao trabalho (férias em Agosto. Sempre e por imposição).
Mas depois veio a C. que teimosamente quis nascer ainda em Setembro. E Setembro passou a ser dela. De pensar no aniversário dela e agora, desde que começou a escola primária, voltámos à excitação de livros novos, materiais escolares e adaptações várias.
Mas este ano Setembro é também mês de campanha eleitoral com eleições autárquicas logo ao raiar do mês seguinte. E é mês de preparação da grande festa de uma amiga do coração, portanto os dias vão passando entre afazeres profissionais, festa para celebrar e aniversários para preparar (entre festa com a família e amigos de sempre e a festarola para os amiguinhos).
E portanto o blog vai ficando deserto. Ou quase :)
Esta mãe que vos escreve fez um upgrade à imagem (ou cada vez está mais pitosga) e mudou os óculos. Filha mais velha foi a primeira a ver-me com o novo acessório poucos minutos depois de sair da óptica, passando-se o seguinte diálogo:
C.: Que óculos são esses?!
Eu [com riso parvo que temos quando vaidosas]: E então gostas?
C.: Pareces uma parva!
E pronto. É isto...um dia inteiro de trabalho de parto, quase 9 anos de amor para ouvir estas coisas...
Como se poderá medir os níveis de teimosia das crianças?
Pelo facto de "não" ser das primeiras palavras que aprende e das que mais usa desde então?
Ou da expressão "é meu/minha/da Mila*" seguir a mesma lógica?
Ou o "não queió" estar sempre na ponta da língua?
Será pelo facto de com, 2 anos e poucos meses, já me responder "não queió éssa 'misola, queió a da Minnie"?
Ou será pelo facto de insistir em andar com os chinelos de dedo de toda a família, excepto os que são, de facto para o tamanho dela, respondendo à afirmação "Calças os teus" com um pronto "não queió xinelos do panda!"?