Ela sabia o que tinha de fazer. A certeza estava lá. Tinha surgido no fundo do seu íntimo, como aquelas convicções que nos surgem do nada, mas ganham força e vida em nós. Autónomas e auto-suficientes. Quando tomamos consciência já não são apenas convicção. São certezas. Ela crescera e subira a pulso na vida. Sem depender de ninguém. Sem esperar por ninguém. Nem sempre soubera o que queria, mas a vida encarregou-se de lhe orientar caminho. O rumo. E ela aceitou. E seguiu. Chegada à encruzilhada dos 40, percebeu que não mais podia adiar. O caminho levou-a ao cruzamento. Seguir em frente sem olhar para trás? Virar à esquerda? Talvez à direita? Demasiadas interrogações lhe assaltavam há muito o pensamento. Fez-se mulher, independente, coração livre e vida.
Passada a azáfama do Natal (que se parece esfumar em 2 segundos, depois de tantas semanas de ansiedade e preparação), começamos todos a pensar na festividade seguinte: a Passagem de Ano!
As propostas e alternativas são muitas e para praticamente todos os tipos de carteira...
Se há quem não dispense uma boa festa, com roupa a rigor, também há quem prefira entrar no novo ano da melhor forma, mas sem a formalidade de uma festa de gala.
À mesa com os amigos é a minha fórmula preferida!
Um bom jantar, boa companhia e muita alegria, temos a festa pronta!
O meu bichinho da cozinha leva-me a querer repetir a fórmula do Natal e tomar conta da cozinha, mas estas últimas semanas do ano são tão cansativas (ainda não vos falei das minhas aventuras com as corridas S. Silvestre este ano...) que fui à procura de alternativas.
Bem sei que já estamos a ficar em cima da data, mas ainda vão a tempo de encontrar a solução, por exemplo através de serviços de catering para festas e eventos. Podemos facilmente encontrar alternativas para refeições e snacks que irão surpreender os convivas, sem o stress adicional de estar horasssss na cozinha. Eu já estou na fase de escolha dos menus!
Até porque, no último dia do ano, há sempre muito trabalho para deixar pronto antes que 2019 dê as primeiras badaladas!
Além dos óbvios bacalhau, couves e batatas, bem regados com azeite (ou cá em casa com molho de cebola bem refogada no azeite), partilhada por parte da família da mesma travessa (tradição da família do marido que eles mantêm cá em casa), começa a ser já tradição por cá algumas das sobremesas que não podem faltar.
O Tronco de Natal, receita da querida Clara de Sousa(que faço sem os cogumelos de merengue), é o preferido do marido, sendo aliás, o único doce natalício que ele gosta...
Desde que a Bimby vive cá em casa, passou a ser também tradição o bolo-rei tradicional e o bolo-rei de chocolate feito por mim. Não pode também faltar o rolo de carnes que improviso com base na massa de pizza da Bimby, também na versão com passas e azeitonas, ao jeito de um Pan de Jamón à minha moda.
Eu percebo. A sério que percebo. É que hoje não conseguimos assistir a um concerto, muito menos a uma festa de Natal dos miúdos, sem tser obrigados a seguir os piolhos pelo ecrã da pessoa que estiver à nossa frente...
Esta ânsia de registar os momentos atormenta-me. Há uns anos apercebi-me que nas actuações da miúda (à altura ainda apenas uma brilhava em palco) a preocupação de fotografar e filmar me faziam perder a magia do momento. Escrevi sobre isso aqui.
Agora quanto muito registo o momento da preparação ou a felicidade posterior, mas no momento apenas registo se uma delas mo pedir expressamente.
Mas nesta festa na Sicília o pior aconteceu e os pais conseguiram mesmo estragar a festa...e afinal ninguém viu a festa nem ficou com o registo. Ou melhor, ficou um registo, mas de uma recordação triste para aquelas crianças.
Acordei e tu não estavas aqui. O teu relógio anunciava a meia-noite. Está frio. E tu faltas-me. A cama está fria, como a noite lá fora. A noite onde te sei longe de mim, talvez longe de nós. A tua ausência afirma-se. O frio aumenta. A dor. Projecto no infinito da insónia a vontade de te ter aqui. De volta. Faltas-me. Os teus pés quentes para aquecerem os meus. A luz dos teus olhos para iluminar o quarto escuro. E frio. Como a noite lá fora. Espero o raiar do dia para acalmar a tua ausência. A saudade. A solidão. Na ausência da luz ou da tua presença escrevo. Deito palavras ao papel na esperança de as lançar no espaço. Até ti. Como numa mensagem guardada na garrafa lançada ao mar. Espero que a maré cósmica a leve a ti. Faltas-me.
Não vos acontece, quando se esquecem de algo e têm de voltar a casa, sentir a necessidade de verificar que está tudo bem e desligado, só porque aquele esquecimento em particular pode ser um qualquer sinal de que há algo errado?
Por favor digam-me que não estou sozinha nesta paranóia?