Este mundo assusta-me
Creio que foi a 11 de Setembro de 2001 que tivemos o primeiro embate com a realidade e percebemos que o mundo que conhecíamos mudou.
Além do horror e sofrimento, o terrorismo trouxe até junto da nossa bolha de conforto - que infelizmente não se vive noutras zonas do globo - a incerteza de não sabermos quando alguém que está a nosso lado, seja um vizinho, um conhecido ou simplesmente alguém anónimo que se cruza connosco na rua na azáfama do dia-a-dia, vai desatar a cometer crueldades sem nexo.
Mas paralelamente ao terrorismo, vivemos outra realidade que me assusta ainda mais: a falta de valorização da vida humana.
Sempre houve crime e creio que enquanto houver homens haverá crime.
Mas a vida, que devia ser o valor mais sagrado, parece valer pouco e, a cada dia, somos atropelados com notícias de crimes violentos, mesmo ao lado da nossa porta. E sem sentido, porque explicação creio que nenhum crime tem.
De repente, numa pacata freguesia de um qualquer lugar, um homem toma a decisão de tirar a vida a outros. Assim, aparentemente como quem decide onde vai tomar o café da tarde. Crimes que nos irriçam a pele, como pais que, seja por que razão for, decidem acabar com a vida dos filhos. Vizinhos que se desentem por terrenos ou famílias que brigam por heranças. A lista podia continuar...
Muito para lá da incerteza no futuro, assusta-me mais o tipo de mundo vamos nós deixar às próximas gerações.